Terça-feira pós-cirurgia.

Crianças, correu tudo muito bem. Após uma vontade enorme de explodir a la homenzitos do South Park, eu me deixei conduzir docilmente ao altar de sacrifícios. Aliás um altar muito fofo, diga-se de passagem. Amigos designers: caso algum de vocês ainda precisem extrair os cabulosos, não deixem de ir ao consultório do Doutor Geraldo Guimarães (rua Ceará 1431).

Tudo é cuidadosamente pensado. Feng shui pra todo lado. Quarta parede verde pra equilibrar o ambiente em um tom muito relaxante. Cadeirinhas sextavadas, mosaicos coloridos em pontos estratégicos, puxadores de porta em formato de G estilizado, toalhinhas de croché no banheiro para quebrar o ar excessivamente moderno. E um doutor bonitão, estilo José Mayer (informação exclusivamente destinada às designers solteiras e autorizada pelo meu namorado que me aconselhou a usar a expressão "esteticamente agradável", na melhor das hipóteses).

Informações estéticas a parte, tudo transcorreu na mais absoluta paz. Em quarenta e cinco minutos estava tudo solucionado, anestesiado e costurado. Saí de lá aliviada, feliz e tagarela, ainda mais porque o Zé foi me resgatar e passou o resto da tarde comigo - parte ótima que, somada a sopas de mãe, visitas de vó e atenção integral de pai, me fez ter vontade de ter uns oito sisos a mais para extrair.

Mas assim que passou o efeito da anestesia, reconsiderei essa afirmação. Veio aquela dorzinha enjoada, meio latejante. Me sentia uma autêntica puro sangue, toda vez que ia ao banheiro. Mas depois passou. Precisarei ficar de repouso absoluto até quinta porque havia uma infecção atrás do dente meio grandinha e a abertura foi considerável. Não posso nem sonhar em ter uma hemorragia ou infeccionar os pontos. Por isso é da cama pro computador (estou adiantando uns serviços do UNI aqui de casa) e do computador pra cama, onde fico recostada com tufos de travesseiro. E para o telefone de vez em quando, embora isso não seja muito recomendável. Se tudo correr bem, estou de volta à ativa na sexta.